“O mundo gira sem o Mercosul”: um estudo sobre os editoriais do Jornal O Estado de S. Paulo

This research aims to analyze the discourse of the O Estado de S. Paulo’s editorials in order to examine how they frame Mercosur. Our sample took into account 16 editorials published between January and June of the year 2013. The article presents the following hypothesis: Once its editorial principles defend the idea of free market, OESP cultivates a negative image of Mercosur. By using Discourse Analysis, we identified five discursive formations regarding the performance of diplomatic agents and the advantages and disadvantages that political and economic integration have brought to Brazil according to the newspaper’s view: (1) the Mercosur’s burdens; (2) an alleged passivity of the Brazilian government before its neighbors; (3) the Argentina’s protectionism; (4) the anti-democratic Venezuela; 5) the suspension of Paraguay as a “coup”. We conclude that the newspaper’s opinion tends to disqualify the Mercosur, framing it as a failed economic strategy. Through the editorials, O Estado de S. Paulo tries to build a unique kind of relationship with its readers by supporting an ideology of economic freedom.O artigo examina um conjunto de editoriais do jornal O Estado de S. Paulo a fim de compreender de que maneira o periódico se posiciona discursivamente em relação ao Mercosul. Organiza-se o estudo da opinião da empresa jornalística a partir de três aspectos: o contexto político recente do bloco; o desempenho de seus agentes diplomáticos; as vantagens e desvantagens políticas e econômicas que a integração teria trazido para o Brasil. A hipótese é a seguinte: Por defender em sua carta de princípios editoriais a ideia de livre mercado, OESP cultiva uma imagem negativa do Mercosul. A seleção do corpus levou em conta 16 textos publicados entre janeiro e junho de 2013. Por meio da Análise do Discurso, foram identificadas cinco principais Formações Discursivas na amostra: (1) o que o jornal denomina de “amarras” do Mercosul; (2) uma alegada incompetência ou passividade do governo brasileiro; (3) o caráter protecionista da Argentina; (4) o perfil “antidemocrático” da Venezuela diagnosticado pela publicação em tela; e (5) a suspensão do Paraguai do bloco como um “golpe”. Conclui-se que a opinião da empresa jornalística tende a desqualificar o bloco, destacando a concepção de que o Mercosul seria uma estratégia econômica fracassada e que traria consideráveis prejuízos ao Brasil